Sexta passada, 09/12/2017, após anúncio da resolução do Conselho Nacional de Trânsito, o CONTRAN, sobre as regras para implantação da inspeção veicular até 2019, não faltou críticas nos principais jornais da televisão brasileira.
Na TV Cultura, o comentarista Alberto Pfeifer, pergunta: “Eu queria saber em qual pais tem essa inspeção veicular ai…” e continua: “a questão dos poluentes, tem que ser regulada na fábrica. A fábrica tem que soltar os automóveis dentro das especificações. Não pode passar isso para o consumidor. E mesmo a manutenção destas emissões tem que ser combinada com a fábrica, nas manutenções periódicas dos automóveis. Outra coisa, a garantia da segurança veicular, tem que ser combinada com as seguradoras, são as maiores interessadas”, e arremata condenando com a frase: “esse tipo de atuação arbitrária do estado pondo um custo adicional, uma sobretaxa adicional, é uma medida injustificável.”
(fonte: http://tvcultura.com.br/videos/63614_jornal-da-cultura-08-12-2017.html)
A globo, talvez por não ter comentaristas, limitou-se a relatar a aplicação e regularidade da inspeção.
(fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/edicoes/2017/12/08.html#!v/6345664)
Ao contrário do que Sr. Pfeifer pensa, muitos países utilizam a inspeção veicular periódica obrigatória, como forma de fiscalização e monitoramento da frota.
(fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Vehicle_inspection)
Talvez tenha passado despercebido ao Sr. Pfeifer que a inspeção não é obrigatória para veículos novos, mas para veículos com mais de três anos de uso, período onde possivelmente as revisões periódicas já não são mais cobertas pela garantia de fábrica.
Montadoras devem sim, serem responsabilizadas por sistemas defeituosos ou descalibrados, mas definitivamente, não são isentas em suas análises, pois há um claro conflito de interesse. Vale lembrar o caso Volks, e seus motores à diesel, escandalosamente noticiado nos últimos meses. O nível de óxido de nitrogênio (NOx) medido nas análises de rua por órgãos independentes como ICCT e pela Universidade de West Virginia, não correspondiam (nem de longe) aos níveis coletados em testes livres. O fato era que havia um programa responsável por reduzir as emissões reais desse gás, quando o veículo estava em uma condição de teste. Sim, é isso mesmo, o programa analisava diversos fatores externos e caso considerasse que o veículo estava sendo testado, reduzia a emissão de NOx.
(fonte: http://g1.globo.com/carros/noticia/2015/09/escandalo-da-volkswagen-veja-o-passo-passo-do-caso.html)
Será que dá pra confiar nos índices apontados pelas montadoras?
Em sua crítica ao programa, Pfeifer esquece-se também de mencionar que inspeção não é apenas ambiental (emissão de gases poluentes e ruído), mas também para medições de eficiência e desequilíbrio nos sistemas de freio, suspensão, alinhamento e faróis, além da detecção e apontamento de folgas excessivas em componentes da direção e tração.
Em qualquer sistema mecânico, desgastes ocasionam fadiga, mal funcionamento e perda de eficiência.
Não são raras as estórias de acidentes envolvendo caminhões, ônibus e vans que ao perderem seu freio causam acidentes com vítimas e danos materiais. Basta uma rápida pequena busca no Google, pelas palavras chaves “perde o freio" para nos depararmos com 496.000 textos relacionados. Melhorando um pouco a pesquisa, usando a tupla +"perde o freio" +"morte", temos 53.200 texto. Claro, a maior parte são de artigos repetidos, redundantes, ou fora do contexto da análise. Mas mesmo considerando um pequeno universo, o número de mortes ainda é grande.
O programa de inspeção veicular é fundamental para o monitoramento e fiscalização dos veículos e pode sim oferecer informações importantantes para melhoria do trânsito e das vias. Um exemplo? Cingapura, adotou o programa de vistoria veicular há mais de 25 anos, e hoje teste de suspensão já não é obrigatório, pois não há vias ruins.
Em metrópoles como São Paulo, é fundamental que emissões de gases sejam monitoradas e controladas, e que os veículos não causem acidentes. Considere também que a velocidade das vias é sempre reduzida quando um veículo para por mal funcionamento, causando prejuízos financeiros, mesmo que não haja vítimas.
Há sempre mais de um lado a ser analisado, e a perspectiva muda com ponto de vista.
Na TV Cultura, o comentarista Alberto Pfeifer, pergunta: “Eu queria saber em qual pais tem essa inspeção veicular ai…” e continua: “a questão dos poluentes, tem que ser regulada na fábrica. A fábrica tem que soltar os automóveis dentro das especificações. Não pode passar isso para o consumidor. E mesmo a manutenção destas emissões tem que ser combinada com a fábrica, nas manutenções periódicas dos automóveis. Outra coisa, a garantia da segurança veicular, tem que ser combinada com as seguradoras, são as maiores interessadas”, e arremata condenando com a frase: “esse tipo de atuação arbitrária do estado pondo um custo adicional, uma sobretaxa adicional, é uma medida injustificável.”
(fonte: http://tvcultura.com.br/videos/63614_jornal-da-cultura-08-12-2017.html)
A globo, talvez por não ter comentaristas, limitou-se a relatar a aplicação e regularidade da inspeção.
(fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/edicoes/2017/12/08.html#!v/6345664)
Ao contrário do que Sr. Pfeifer pensa, muitos países utilizam a inspeção veicular periódica obrigatória, como forma de fiscalização e monitoramento da frota.
(fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Vehicle_inspection)
Talvez tenha passado despercebido ao Sr. Pfeifer que a inspeção não é obrigatória para veículos novos, mas para veículos com mais de três anos de uso, período onde possivelmente as revisões periódicas já não são mais cobertas pela garantia de fábrica.
Montadoras devem sim, serem responsabilizadas por sistemas defeituosos ou descalibrados, mas definitivamente, não são isentas em suas análises, pois há um claro conflito de interesse. Vale lembrar o caso Volks, e seus motores à diesel, escandalosamente noticiado nos últimos meses. O nível de óxido de nitrogênio (NOx) medido nas análises de rua por órgãos independentes como ICCT e pela Universidade de West Virginia, não correspondiam (nem de longe) aos níveis coletados em testes livres. O fato era que havia um programa responsável por reduzir as emissões reais desse gás, quando o veículo estava em uma condição de teste. Sim, é isso mesmo, o programa analisava diversos fatores externos e caso considerasse que o veículo estava sendo testado, reduzia a emissão de NOx.
(fonte: http://g1.globo.com/carros/noticia/2015/09/escandalo-da-volkswagen-veja-o-passo-passo-do-caso.html)
Será que dá pra confiar nos índices apontados pelas montadoras?
Em sua crítica ao programa, Pfeifer esquece-se também de mencionar que inspeção não é apenas ambiental (emissão de gases poluentes e ruído), mas também para medições de eficiência e desequilíbrio nos sistemas de freio, suspensão, alinhamento e faróis, além da detecção e apontamento de folgas excessivas em componentes da direção e tração.
Em qualquer sistema mecânico, desgastes ocasionam fadiga, mal funcionamento e perda de eficiência.
Não são raras as estórias de acidentes envolvendo caminhões, ônibus e vans que ao perderem seu freio causam acidentes com vítimas e danos materiais. Basta uma rápida pequena busca no Google, pelas palavras chaves “perde o freio" para nos depararmos com 496.000 textos relacionados. Melhorando um pouco a pesquisa, usando a tupla +"perde o freio" +"morte", temos 53.200 texto. Claro, a maior parte são de artigos repetidos, redundantes, ou fora do contexto da análise. Mas mesmo considerando um pequeno universo, o número de mortes ainda é grande.
O programa de inspeção veicular é fundamental para o monitoramento e fiscalização dos veículos e pode sim oferecer informações importantantes para melhoria do trânsito e das vias. Um exemplo? Cingapura, adotou o programa de vistoria veicular há mais de 25 anos, e hoje teste de suspensão já não é obrigatório, pois não há vias ruins.
Em metrópoles como São Paulo, é fundamental que emissões de gases sejam monitoradas e controladas, e que os veículos não causem acidentes. Considere também que a velocidade das vias é sempre reduzida quando um veículo para por mal funcionamento, causando prejuízos financeiros, mesmo que não haja vítimas.
Há sempre mais de um lado a ser analisado, e a perspectiva muda com ponto de vista.
Comentários
Postar um comentário